O Departamento de Medicina da
Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) em parceria com a Secretaria
Municipal de Saúde da Prefeitura Municipal de São João del-Rei, Minas Gerais,
já oferece um serviço de atendimento especializado em saúde integral para Lésbicas,Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. A iniciativa é uma conquista do
movimento LGBT que luta, há 09 anos, por melhorias nas políticas públicas de
saúde. Na semana passada, a proposta foi aprovada pelo conselho municipal de
direitos LGBT.
O serviço de saúde especializado
para LGBT funciona no prédio da policlínica central em São João del-Rei e
atende qualquer demanda de saúde desse grupo social. O médico responsável pelo
serviço é o professor Bruno Amato com especialização em medicina da família e
comunitária. Para ele é importante que o SUS atenda com mais humanização e
acolhimento a esse grupo social. “Vamos atender qualquer necessidade em saúde.
Nossa intenção é fazer um primeiro acolhimento e de lá encaminhar para
especialistas e trabalhar coletivamente para o que for necessário” afirma. O
médico Bruno Amato é professor nos cursos de medicina da UFSJ e do IPTAN.
Avanços na saúde LGBT
O jornalista Carlos Bem presidente
do conselho municipal de direitos LGBT lembra que há 09 anos o Movimento Gay da
Região das Vertentes luta para que a Prefeitura crie estratégias de saúde que
possa acolher com mais dignidade e sem discriminação as pessoas LGBT. Em 2013
com a presença do Ministério da Saúde foi realizada uma audiência pública em
São João del-Rei para debater a Política Nacional de Saúde Integral das Pessoas
LGBT e as responsabilidades dos municípios. “Ainda não conseguimos instituir o
comitê técnico de saúde integral LGBT que ficaria responsável por implementar
esta política pública na cidade, mas estamos felizes que tenhamos conseguido
mais esse avanço” afirma Bem.
As demandas de saúde da população
LGBT são variadas e muitas não acessam o SUS para cuidar da saúde. A
discriminação é um fator que determina essa situação. “O respeito ao uso do nome
social de travestis e transexuais no cartão SUS era uma dificuldade. Ano
passado conseguimos efetivar esse direito já previsto. Agora temos que avançar
mais” alerta Carlos Bem. Para ele o serviço de saúde precisa enxergar o cidadão
LGBT para além da AIDS. O processo de violência e discriminação agrava as questões
de saúde mental. As lésbicas e mulheres bissexuais muitas vezes não são
respeitadas como mulheres nos consultórios. Os gays continuam sendo
estigmatizados e relacionados com a AIDS. O processo de envelhecimento potencializa
a LGBTfobia e o respeito a identidade de gênero de travestis e transexuais
continua sendo um desafio.
Como acessar o serviço
especializado?
Qualquer pessoa LGBT pode
procurar o médico Bruno Amato todas as sextas-feiras no período da tarde – 13 as
17h – na policlínica no centro de São João del-Rei na Av. Tiradentes , 207. Não
há necessidade de informar que é LGBT e não há necessidade de encaminhamento de
outro médico.