Rapaz diz que grupo foi ofendido antes do ataque; acusado procura a polícia e diz que quis recuperar objetos furtados
Um impressor de 24 anos foi agredido com chutes e socos na cabeça por
um segurança de 29, por volta das 15 horas no sábado, dia 19, na Praça da
República, no centro da capital paulista. A vítima diz ter apanhado
porque estava com dois amigos gays. Já o agressor diz que o rapaz havia
furtado um casal homossexual que estava na praça e também prestou queixa
à polícia. Mas o caso será investigado pela Delegacia de Crimes Raciais
e Delitos de Intolerância (Decradi), que atua em casos de homofobia. A Secretaria Estadual da Segurança Pública não divulgou os nomes nem
do agressor nem da vítima.
Segundo a secretaria, a Polícia Militar foi
chamada à praça por testemunhas que viram o rapaz apanhando do
segurança. Quando os PMs chegaram, encontraram o impressor com a cabeça
ensanguentada. Os policiais levaram o rapaz até o Pronto-Socorro da
Santa Casa de Misericórdia, em Santa Cecília, também no centro, e depois
ao 8.º Distrito Policial (Belém), que registrou o caso como lesão
corporal dolosa.
Homofobia
No depoimento, o impressor disse que havia ido à feira de
artesanato da praça com o casal de amigos e parado perto das
barraquinhas de alimentos, onde lancharam. Nisso, ainda segundo o
depoimento, começaram a ser ofendidos pelo segurança, pelo fato de o
casal ser homossexual. O trio ignorou o segurança e continuou a comer.
Em seguida, eles seguiram até a entrada da estação de metrô na praça e
se despediram. O casal desceu a escadaria da estação e o impressor
voltou para a praça, para cruzá-la, quando reencontrou o segurança. Só
que, desta vez, o rapaz disse ter reagido verbalmente às provocações, o
que fez com que o segurança o agredisse com "golpes de artes marciais",
segundo a Polícia Civil. Depois da agressão, o segurança fugiu da praça.
Enquanto a PM socorria a vítima, o segurança foi até o 3.º Distrito
Policial (Santa Ifigênia) e declarou ter agredido um rapaz que furtou um
casal homossexual que estava lanchando na praça. O segurança disse que
presenciou o furto e tentou recuperar os bens das vítimas. Testemunhas ouvidas pela Polícia Civil, no entanto, disseram ter
visto o segurança agredir o impressor "sem motivo aparente". Os dois
envolvidos na briga fizeram exames no Instituto Médico-Legal.
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