Sancionada lei que cria conselho LGBT em SJDR

Ato ocorreu durante a 6ª Parada Gay com a presença do prefeito Helvécio Reis

Cine Debate aborda a questão da homossexualidade

Levantar a questão da homossexualidade por meio do audiovisual foi à proposta do primeiro Cine Debate da 6ª Semana da Diversidade Sexual

Semana da diversidade promove I Seminário Municipal de Educação em Direitos Humanos

Em parceria com a Secretaria Municipal de Educação e a Diretoria de Direitos Humanos da Secretaria de Cidadania, Desenvolvimento e Assistência Social, o Movimento Gay da Região das Vertentes, o Levante Popular da Juventude e Coletivo Carcará promoveram o I Seminário Municipal de Educação em Direitos Humanos.

sábado, 21 de setembro de 2013

Cineclube Homoerótico exibe “Saindo do armário”

Integrado a 6ª Semana da Diversidade Sexual, o Cineclube Homoerótico, projeto de extensão da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), exibiu, no último sábado (14), o filme “Saindo do armário”, que debate a questão da aceitação da homossexualidade.

“O filme trabalha com a aceitação de jovens adolescente que estão se descobrindo e que passam pelo conflito da descoberta dessa afetividade e como ela é vivida ou não por conta da dificuldade que existe em torno das pessoas”, explica Frederico Bustamante, coordenador do projeto.

 O psicólogo convidado, Marcelo Marchiori, acredita que existem tantas formas de aceitação e de lidar com a sexualidade, quanto o número de pessoas no mundo. “Uma das coisas que ficam marcadas no filme é a representação do preconceito, da realidade heteronormativa e da cultura da forma como ela está estabelecida na sociedade”, declara.

Para Gustavo Lacerda é necessário discutir um conteúdo relacionado à homoafetividade. “É muito interessante para um gay ver num espaço público esse tema, ocupar esse espaço e se identificar com aquilo que está sendo debatido. A gente se sente valorizado”, diz. Gustavo assumiu sua sexualidade para a família aos dozes anos de idade e conta que foi difícil e que existia muito medo.

Segundo a psicóloga Lúcia da Fonseca, é preciso naturalizar a questão da homoafetividade que, muitas vezes, por hipocrisia, rótulos e estigmas não é colocado como natural. “O resultado disso é muito sofrimento em vários sentidos, pois todas as formas de repressão causam muito sofrimentos em adolescentes até que eles se afirmem”, conclui.



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Texto: Marina Ratton

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Policiais militares de São João del-Rei participam de palestra sobre Direitos Humanos LGBT

Fechando a Semana da Diversidade promovida pelo Movimento Gay da Região das Vertentes, foi realizada na manhã da última terça-feira, dia 17 de setembro, a palestra “Segurança Pública e Direitos Humanos LGBT”, ministrada pelo Major Claudio Duani. O evento aconteceu no 38º Batalhão da Polícia Militar de São João del-Rei e contou com a presença de grande parte da corporação.
 
Segundo o Major Duane, referência nacional em Direitos Humanos da Polícia Militar, o principal objetivo da palestra foi debater o papel da polícia em defesa as minorias e fazer valer o respeito da corporação para qualquer membro da sociedade. “A importância desse debate sobre o direito humano, e principalmente sobre a questão do LGBT, é essencial para que o policial sabe como lidar com esse público em diversas situações”.

Para Tenente Coronel Newton Cruz, comandante do 38º Batalhão da Polícia Militar de São João del-Rei, “a palestra vem contribuir para que o profissionalismo dessa unidade seja executado da melhor forma possível, sobretudo no tratamento a diversidade sexual, que merece todo o nossa respeito”. 

Já para Carlos Bem, responsável pela comissão organizadora da parada e representante da Articulação Brasileira de Jovens Gays, esse tipo de evento estreita a relação entre os diversos setores da sociedade. “Com atitudes como essas podemos estabelecer um vínculo entre polícias e o Movimento Gay da Região das Vertentes, criando um diálogo entre esses dois grupos, uma vez que nós não queremos que nos aceitem e sim nos respeitem como somos”, conclui.


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Texto: Natália Silva
Fotos: Diego Meneses

Minicurso debate saúde pública para os homossexuais

A comissão organizada da 6ª edição da Semana da Diversidade Sexual realizou, no dia 14 de setembro, o minicurso “Formação de Lideranças e Controle Social do SUS”, ministrado por Oswaldo Braga, membro da diretoria do Movimento Gay de Minas de Juiz de Fora. O evento aconteceu na Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) – Câmpus Santo Antônio e contou com a presença de membros de associações de homossexuais da região.

O principal objetivo do minicurso foi debater a saúde pública sobre e para os homossexuais e as formas de liderança para que aqueles que encabeçam estes grupos consigam interagir com seu público-alvo com seriedade e respeito, além de também ganhar o apoio das outras pessoas que os cercam.

Segundo Oswaldo, o tema central debatido girou em torno da importância das informações oficiais para um bom controle social. “Eu trouxe alguns números de dados fornecidos pelos boletins etimológicos e nos orçamentos públicos estratificado na questão dos homossexuais. Como, por exemplo, que apesar de nos participarmos da epidemia da AIDS, com uma fatia enorme, se consideramos homens que fazem sexo com homens - homossexuais e bissexuais -, nós ocupamos 30% da epidemia e menos de 1% dos recursos direcionados para a prevenção são voltados para este público, o que é uma discrepância e revê-la uma homofobia institucional”, afirma.

O palestrante acrescenta que “eu acho de suma importância que esse tipo de evento aconteça, porque nós precisamos renovar nossas lideranças e os protagonistas nessa nossa luta, que ainda não terminou”.

Para Alexandre Arruda, participante do minicurso e residente de Conselheiro Lafaiete, os temas debatidos ajudam no desenvolvimento de grupos sociais em suas cidades. “A palestra tem sito produtiva no sentido que nos traz um conhecimento de como tentar movimentar esses grupos dentro da nossa cidade, que são do inteiror. Sendo que, muitas ainda não possuem qualquer tipo de movimento na luta dos direitos humanos”, conclui.



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Texto: Natália Silva
Fotos: Diego Meneses

Valorização dos Direitos Humanos

Entrega do Troféu São João del-Rei de Direitos Humanos e Combate a Homofobia homenageia grupos e pessoas que lutam na defesa dos direitos humanos

Reconhecer o trabalho desenvolvido em prol dos Direitos Humanos foi o objetivo do Troféu São João del-Rei de Direitos Humanos e Combate a Homofobia, organizado pela comissão 6ª da Semana da Diversidade Sexual. O evento aconteceu na noite da última sexta-feira, dia 13 de setembro, no 38º Batalhão da Polícia Militar. Ao todo, 50 eleitos foram escolhidos para receberem os agradecimentos por se dedicaram a lutar pelos direitos humanos na cidade e região, seja por meio da política, ativismo ou da abertura de oportunidades.

Na ocasião, estiveram presentes representantes do 38˚ Batalhão de Polícia Militar; da secretária Municipal de Educação; da Secretária Municipal de Cidadania, Desenvolvimento e Assistência Social; a reitora da Universidade Federal de São João del-Rei, Professora Valéria Heloísa Kemp; o Presidente da Câmara Municipal de São João del-Rei, o vereador Antônio Carlos de Jesus Fuzatto; a vereadora Lívia Guimarães, presidenta da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal; além de movimentos e grupos sociais como: grupo de pais de homossexuais; Levante Popular da Juventude, dirigente do Movimento Gay de Minas de Juiz de Fora;  Associação de Donas de Casa de São João del-Rei, Coletivo Carcará, Marcha Mundial das Mulheres entre outros.

Segundo Carlos Bem, responsável pela comissão organizadora da parada e representante da Articulação Brasileira de Jovens Gays, o troféu reúne os principais atores políticos e sociais que vem construído a resposta no combate a homofobia.

“A 6ª Semana da Diversidade Sexual da Região das Vertentes veio para consolidar um processo de debate e construção protagonizado pelo Movimento Gay da Região das Vertentes (MGRV) que vem crescendo e desenvolvendo trabalhos em parceria com diversos membros da sociedade sanjoanense. Sendo assim, o troféu simboliza o reconhecimento não só da parceria que já foi construída, mas o reconhecimento da impotência que cada ator social possui na superação do preconceito e da discriminação”, afirma.


Homenagens

O Troféu São João del-Rei de Direitos Humanos e Combate a Homofobia homenageou Vicentina Neves, pela trajetória histórica de luta e defesa dos direitos humanos da população negra, do Grupo de Inculturação Raízes da Terra. Além de Nivaldo Neves, do Grupo de Congada Santa Efigênia, pelo histórico militante do movimento de defesa da população negra, pela resistência e manutenção da cultura afrodescendente por meio das congadas.

A transexual Fernanda Muller, que morreu em julho desse ano, também recebeu uma homenagem póstuma por um vídeo que descrevia sua trajetória. Fernanda, que morava em Juiz de Fora, era militante em defesa dos direitos humanos LGBT em Minas Gerais.

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Texto: Natália Silva
Foto: Diego Meneses

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Sancionada lei que cria Conselho LGBT em São João del-Rei

Ato ocorreu durante a 6ª parada Gay com a presença do prefeito Helvécio Reis

O Projeto de Lei 6556, que cria o Conselho LGBT, foi sancionado no último domingo, dia 15 de setembro pelo prefeito de São João del-Rei, Helvécio Reis. A assinatura da lei ocorreu durante a 6ª Parada da Cidadania e do Orgulho de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Simpatizantes da região das Vertentes, que contou com a presença de mais de sete mil pessoas.

São João del-Rei é a primeira cidade do estado a ter um conselho como esse, que tem como objetivo combater a homofobia, o preconceito e a exclusão social, acompanhar a implementação de políticas públicas e colaborar na defesa dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros

Para o prefeito Helvécio, a lei avança no reconhecimento do direito de classes minoritárias, como a LGBT, negros e mulheres. “Sendo São João del-Rei uma cidade tradicional, a sanção da lei passa uma noção de que a mentalidade está mudando, de que as pessoas estão tento um sentimento de que elas podem escolher o que querem para sua vida. Para mim é motivo de orgulho sancionar publicamente a criação do Conselho LGBT e avançar nos debates que possam melhorar as relações entre os homossexuais, mulheres e negros. Enfim, todos aqueles segmentos que se sentem de alguma maneira violentados pelo racismo ou qualquer forma de discriminação”, garante.

O deputado federal Nilmário Miranda, que também estava presente na Parada, afirma que “pela primeira vez em São João del-Rei um prefeito participa de um evento como este, dando passos importantes na luta dos direitos humanos. Além disso, a presença do Helvécio é muito importante, porque ele tem um prestigio intelectual e político muito grande. Assim como foi importante o ex-presidente Lula convocar a primeira conferência LGBT e sancionar o programa Brasil sem Homofobia”.

Segundo Carlos Bem, responsável pela comissão organizadora da parada e representante da Articulação Brasileira de Jovens Gays, “o movimento sai fortalecido quando o poder público reconhece nossa existência e se dispõe a trabalhar na defesa dos direitos humanos de todas e todos. Foi isso que aconteceu na parada com a presença do Prefeito Helvécio Reis”.


sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Exposição fotográfica conta a história do MGRV

Na segunda-feira, dia 09 de setembro, aconteceu a abertura da exposição fotográfica  “MGRV 06 anos de luta”. O objetivo da mostra é retratar os momentos importantes do movimento LGBT e das edições anteriores da Parada do Orgulho de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transsexuais.  O evento ficou exposto até o dia seguinte, em frente à câmara municipal de São João del-Rei (MG).

Segundo Carlos Bem, coordenador nacional da Articulação Brasileira de Jovens Gays (Artgay Jovem), a ideia de realizar a exposição “surgiu a partir da necessidade de dar visibilidade ao que já foi realizado pelo movimento nas outras edições da Parada Gay”. De acordo com ele, o objetivo é “mostrar todo o trabalho que vem sendo desenvolvido há seis anos pelo Movimento Gay da Região das Vertentes (MGRV)”.



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Texto e fotos: Marina Ratton

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

MGRV também quer saber: onde está Amarildo?

Desde 14 de julho, uma mesma pergunta é repetida insistentemente pela população, seja em faixas de manifestações de protesto ou em redes sociais: onde está Amarildo? Passados dois meses do sumiço do ajudante de pedreiro, morador da favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, a pergunta ainda continua sem resposta. Tornando-se assim o centro das discussões a cerca dos direitos humanos, como ocorreu no primeiro seminário municipal de educação em direitos humanos, da 6ª Semana Diversidade Sexual, realizado na última quarta-feira, dia 11 de setembro, no teatro da Escola Municipal Maria Tereza.

Onde está Amarildo? Ele, assim como grande parte da população, não é uma pessoa que poderia desaparecer sem que sua família deixasse de perguntar, não é o pai de quem os filhos esqueceriam facilmente, nem o sobrinho, tio, primo, irmão, marido por quem ninguém se lembrasse. Ele é um cidadão e como tal tem direito, previsto em lei, pela liberdade, pela locomoção e, principalmente, pela vida.



Temas como esses foram debatidos pelo cientista social e gestor da pasta de educação em Direitos Humanos da prefeitura municipal de Contagem, Leonardo Kouty.  Segundo ele, perguntar onde está uma pessoa desaparecida e lutar por essa causa é início de uma grande transformação social.

“Quando a gente pergunta fora de um espaço formal do trabalho onde está um companheiro, um conhecido, um desaparecido ou alguém que sofreu algum certo tipo de preconceito, opressão nós estamos elaborando uma ideia de transformação e solidariedade com o outro. Porque, não adianta, por exemplo, chegarmos à sala de aula e pregar um novo pensamento se ao sairmos dela nós repetirmos os mesmos preconceitos que supostamente combatemos”, afirma Kouty.

Caso Amarildo

O ajudante de pedreiro Amarildo de Souza desapareceu no dia 14 de julho deste ano, após ser abordado por policiais da UPP Rocinha. No dia 29 de agosto, o Ministério Público do Rio pediu a expulsão de quatro policiais e o comandante da unidade por improbidade administrativa na operação Paz Armada, durante a qual o homem foi abordado.

Uma longa reconstituição do caso foi realizada na noite do dia 1º de setembro e terminou após mais de 16 horas. Agentes da Polícia Civil, os 13 PMs da UPP da Rocinha, além do Ministério Público, refizeram todo o trajeto desde a primeira abordagem dos policiais da UPP ao ajudante de pedreiro.



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Texto: Natália Giarola
Fotos e vídeo: Diego Meneses

Semana da diversidade promove I Seminário Municipal de Educação em Direitos Humanos

Em parceria com a Secretaria Municipal de Educação e a Diretoria de Direitos Humanos da Secretaria de Cidadania, Desenvolvimento e Assistência Social, o Movimento Gay da Região das Vertentes, o Levante Popular da Juventude e Coletivo Carcará promoveram o I Seminário Municipal de Educação em Direitos Humanos. O evento aconteceu na noite da última terça-feira, dia 11 de setembro, no teatro da Escola Municipal Maria Teresa.


Na ocasião, estiveram presentes a Secretária de Educação, Maria das Mercês Corrêia; a Superintende Regional de Ensino Maricéia Sacramento; a Secretária de Cidadania, Desenvolvimento e Assistência Social Merilane Emanuele Cardoso; o presidente da câmara dos vereadores, Antônio Carlos de Jesus Fuzatto; a  superintendente de educação Josélia Carvalho e a diretora da Escola Municipal Maria Tereza, Silvana Benedito.

O tema “Educação em Diretos Humanos” foi apresentado e debatido pelo cientista social e gestor da pasta de educação em Direitos Humanos da prefeitura municipal de Contagem, Leonardo Kouty e pelo representante do Levante Popular da Juventude, Rafael Teodoro Teixeira.

 Segundo Leonardo, dialogar sobre direitos humanos na ótica da educação é “fundamental para a construção, principalmente nos espaços escolares, de outra cultura que não necessariamente pense apenas na paz, mas aja em prol da construção das diferenças na lógica das diversidades, e não numa lógica da desigualdade e preconceito”.


Para a Secretária de Educação, Mercês Corrêa, a questão da educação da diversidade vem de encontro com as metas estabelecidas pela Secretaria Municipal de Educação, de entender que a função da escola não é apenas transmitir conteúdo, mas formar o indivíduo como cidadão, que vai conviver com as diferenças e com os desiguais. Além disso, ela comenta que a secretaria já desenvolve um projeto nessa área, o Programa de Educação Afetiva Sexual (PEAS).


“Quando priorizamos uma educação de qualidade voltada para a educação humana estamos cumprindo com as nossas expectativas. Além disso, acredito muito na diversidade, embora saiba que ainda existem preconceitos, mas nós os venceremos com estudando”, afirma Mercês.

A Secretária de Cidadania, Desenvolvimento e Assistência Social, Merilane Cardoso, explica que a sociedade está vivendo um colapso de era, assim como ocorreu no Feudalismo e na Idade Média. E este é gerado pela discussão de temas sobre gêneros e raça que trazem a quebra de paradigmas da sociedade conservadora e tradicional.


Maresia do Sacramento, Superintendente Regional de Ensino, esclarece que “é de fundamental importância termos como centro do debate no meio educacional, tanto da rede municipal, estadual e privada, as discussões a cerca dos direitos humanos e da diversidade”. Ela ainda acrescenta que “vivemos numa sociedade preconceituosa, onde o diferente e a minoria ainda são discriminados. Portanto, é papel do educador, como formador de opinião, coordenador de aprendizagem, mediador de um espaço de construção de novos conhecimentos, trabalhar com o aluno o respeito à diversidade”.

A superintendente enaltece que “a palavra respeito resume toda a potencialidade desse trabalho de reflexão que os nossos alunos precisam aprender, para que assim tenhamos uma sociedade mais justa, que respeite mais o outro na sua igualdade ou desigualdade, mais naquilo que ele tem de melhor para a sociedade”.

  
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Texto: Natália Giarola
Fotos e Vídeo: Diego Meneses

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Representante da organização mundial na conscientização sobre AIDS/HIV fala sobre importância da informação

“Juventude, saúde e prevenção da AIDS” é o tema da palestra ministrada por Deivisson de Souza, membro da organização não governamental e referência mundial na conscientização sobre AIDS/HIV Grupo Vhiver, em três escolas estaduais da cidade: Escola Estadual Doutor Garcia de Lima, Escola Estadual Governador Milton Campos e Escola Estadual Cônego Osvaldo Lustosa. Os eventos aconteceram nos dias 10 e 11 de setembro.

Em entrevista exclusiva, o palestrante explica a necessidade da informação sobre a AIDS e as DST. Assim como, a manutenção de ações de mobilização e diálogo com a juventude a cerca de temas como discriminação, sexualidade e prevenção.

Explique sobre o seu trabalho com a juventude?

Deivisson de Souza: Eu trabalho na ONG Grupo Vhiver – Grupo de Apoio e Integração ao portador de AIDS, localizada em Belo Horizonte. Nós temos um projeto denominado “O Pode Crê!”, que é voltado para a capacitação de jovens em situação de vulnerabilidade social, com idade entre 15 e 24 anos, através de oficinas continuadas e gratuitas sobre diversidade sexual, relação de gênero, prevenção às DST/Aids, viver com HIV/Aids, anticoncepção, prevenção ao uso de drogas e entorpecentes.

Este ano, o projeto, que foi desenvolvido por mim, foi ampliado para além da região metropolitana de BH, expandindo-se para outros estados. Nós, também, ganhamos prêmios significativos como o melhor projeto executado no estado (Anu) e ficamos entre os melhores projetos desenvolvidos no país em referência a AIDS para a juventude (Cufa).


Qual é o cenário da AIDS hoje entre os jovens no estado?
Deivisson de Souza: Hoje, 56% dos casos detectados no Brasil estão concentrados na região Sudeste, destes 35% são jovem heterossexuais. Quebrando desta maneira mais um estigma: de quem tem AIDS é gay.


Hoje, como está a divulgação da AIDS/HIV para os jovens?
Deivisson de Souza: Mesmo com avanços ainda falta informação para os jovens, pois a maioria da população que vive com AIDS encontra-se em situação de vulnerabilidade social, tendo, muitas vezes, um déficit de atenção muito grande no assunto. Para se ter uma ideia, em algumas escolas ainda nos perguntam se a AIDS pode ser transmitida por um abraço.
Nós trabalhamos também com jovens que cometeram algum delito e encontram-se presos nos centros socioeducativos. Com este trabalho é possível perceber que ainda há muito o que se divulgar sobre o tema AIDS.

A mesma falta de informação também é vista em alguns jovens que suicidam ao saber do diagnóstico positivo à doença. Sendo assim, é necessário que os profissionais da saúde estejam melhores preparados para lidar com esse público.

Por outro lado, vem crescendo a participação de jovens em movimentos sociais, fóruns da juventude e grêmios estudantis. Eles estão entendendo o quando é importante ocupar esses espaços e promover a informação.


Onde os jovens podem encontrar informações sobre a AIDS?
Deivisson de Souza: Grupo Vhiver atende todo o estado de Minas Gerais, os interessados podem entrar em contato pelo site www.vhiver.com.br ou pelos e-mails: contato@vhiver.org.br deivisson@vhiver.org.br

Eles também podem recorrer a Rede Nacional dos Jovens Vivendo com HIV e AIDS (http://redenacionaldejovens.blogspot.com.br/), a qual sou representante no estado.

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Texto e fotos: Natália Giarola

AIDS e Juventude: uma combinação infeliz

Na noite desta terça-feira (10), foi realizada para mais de cinquenta alunos da Escola Estadual Dr. Garcia de Lima uma palestra ministrada por Deivisson de Souza, membro da organização não governamental e referência mundial na conscientização sobre AIDS/HIV Grupo Vhiver (www.vhiver.org.br).

Através de discussões, vídeos e momentos de descontração, a palestra chamou a atenção dos presentes para a importante mensagem: a AIDS está mais próxima do que se imagina. De acordo com dados do Ministério da Saúde, o principal grupo de risco hoje é a população jovem, carente e com falta de informações sobre prevenção e testes da doença, com 56% dos casos detectados no Brasil concentrados na região Sudeste e sendo a principal forma de transmissão ainda o contato sexual.

Além da AIDS, o uso de preservativos masculinos e detalhes de outras doenças sexualmente transmissíveis também foram levadas em consideração e explicadas por Deivisson, que respondeu a dúvidas dos alunos e de professores que acompanharam o debate. Por fim, ao final do evento, foram distribuídos preservativos para os alunos, que aprovaram o trabalho de informação sobre DST's. "É uma importante forma de lembrar que a gente estar correndo risco, e que todo cuidado é pouco quando se trata doenças desse tipo" comenta Wagner, aluno da instituição. O vice-diretor da escola, Humberto Kenneth Bianchini, também aprovou o trabalho. "Vivemos em um mundo de informações, e temos comunicações de todos os tipos. Por isso, é de extrema importância que as pessoas tragam informações de relevância para os alunos na linguagem deles, da forma que eles entendem. A escola como uma empresa cultural se faz pelo aprendizado, e portanto, este tipo de ação como conscientizadora da juventude está mais que aprovada".

CTA São João del-Rei

Para quem quiser fazer o teste da AIDS ou Hepatites virais pode se dirigir ao Centro de Testagem e Aconselhamento da cidade, que fica na Av. Tiradentes, 136, Centro de Tiradentes, no horário de 07 às 11 e de 14 às 17 horas. O teste é rápido, sigiloso e gratuito, e toda medicação e acompanhamento é feito de graça pelo Ministério da Saúde.

6º Semana da Diversidade

A programação da 6º Semana da Diversidade organizada pelo MGRV continua. Confira a programação completa abaixo e acompanhe a divulgação das ativitades também na página do MGRV no Facebook.



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Texto e Fotos: Diego Meneses

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Cine Debate aborda a questão da homossexualidade

Levantar a questão da homossexualidade por meio do audiovisual foi à proposta do primeiro Cine Debate da 6ª Semana da Diversidade Sexual. O evento aconteceu na última segunda-feira, dia 09 de setembro, às 19h no Salão da Peteca, localizado no Campus Dom Bosco da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ).


Organizado pelo Levante Popular da Juventude e pelo Coletivo Carcará, o Cine Debate teve como objetivo debater as questões temáticas apresentadas nos três curtas exibidos: “Leve-me para sair”, “Eu não gosto de meninos” e “Terceiro sexo”. “O cinema é uma das artes que alcança todos os tipos de classes, além de ter a capacidade de agregar valores a partir de temáticas pouco debatidas na sociedade”, afirma o representante do Levante Popular da Juventude, Rafael Teodoro.

Convidada para participar do Cine Debate, a psicóloga Artemis Alvarenga explica que “O que eu vi de denominador comum nos três filmes foi à própria construção da sexualidade. Nossa sociedade ainda dá mostras de regressos em relação à questão da homossexualidade e, a Lei da Cura Gay, proposta pelo deputado João Campos, é uma prova disso”, opina.

Para o professor de teatro da UFSJ, Frederico Bustamante, a homossexualidade não deveria ser o foco das observações, e nem visto pelos outros como um problema na vida dessas pessoas.  “Uma coisa que me chamou atenção é a questão da individualidade humana de cada um e também acho bonito esse posicionamento de jovens de se colocar diante de seus desejos e orientações”, ressalta.

Segundo Carlos Bem, responsável pela comissão organizadora do evento, a questão da identificação diz respeito à necessidade de se ter referências positivas na construção dessa identidade. Segundo ele, “a sexualidade é uma dinâmica, uma construção cotidiana e que, inclusive, dentro do Movimento LGBT ainda é preciso desconstruir essas definições de ser ativo e ou ser passivo”. Ele ainda ressalta que “essas definições - O que é ser lésbica? / O que é ser gay? / O que é ser travesti? - são importantes do ponto de vista político para resignificar o espaço social”.


Próximas atividades

- Terça-Feira: 10 de setembro
19h: Oficina: “Juventude, saúde e prevenção da AIDS”
Local: Escola Estadual Garcia de Lima

- Quarta-Feira: 11 de setembro

09h: Oficina: “Juventude, saúde e prevenção da AIDS”
Local: Escola Polivalente

19h: I Seminário Municipal de Educação em Direitos Humanos
Local: Escola Municipal Maria Tereza

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Texto: Marina Ratton
Edição: Natália Giarola
Fotos e vídeo: Thaís Machado

domingo, 8 de setembro de 2013

Futebol sem preconceito

Combater a homofobia de uma forma inusitada: jogando futebol. Está foi a proposta do segundo evento da 6ª Semana da Diversidade Sexual o “Futbil x Sapabonde – Futebol da diversidade: é vida, cidadania e saúde”. A partida aconteceu nesse domingo, dia 08 de setembro, às 14h, na quadra do Deley, próxima a rodoviária.

A divertida partida de futebol entre “sapatões e gays”, como intitulou a representante do movimento Carcará, Marina Eduarda teve como objetivo “desmistificar o estereótipo que existe dentro do esporte e da sociedade”, afirma Marina.

Já para Rafael Teodoro, do movimento Levante Popular da Juventude, o jogo foi mais do que um clássico ente Brasil e Argentina. “A importância desse jogo de futebol está acima de qualquer clássico de futebol, porque ele é na verdade um clássico contra o preconceito e a homofobia. É uma luta contra a sociedade que oprime, que não respeita a sexualidade. Esse jogo significa uma resposta a toda repressão realizada pela sociedade. É mais uma luta para marcar um gol contra todo o tipo de preconceito”, conclui.



A programação da 6ª Semana da Diversidade Sexual continua amanhã com a Abertura da Exposição fotográfica: “MGRV 06 anos de luta”, no Calçadão da Prefeitura e Câmara Municipal e com o Cine Debate: Cinema e cidadania, às 19h no Salão de Peteca Campus Dom Bosco da UFSJ.


 


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Texto: Natália Giarola
Fotos: Natália Giarola
Edição Fotográfica: Diego Meneses
Vídeo: Diego Meneses

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

MGRV divulga programação da Parada LGBT com a presença do prefeito Helvécio Reis

Na inauguração da nova sede do movimento o prefeito promete sancionar lei, durante a parada, que cria Conselho Municipal LGBT

            A comissão organizadora da 6ª edição da Semana da Diversidade Sexual e Parada da Cidadania e do Orgulho de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Simpatizantes da região das Vertentes, divulgou, no último sábado, dia 31 de agosto, a programação oficial dos eventos. O lançamento ocorre em conjunto com a inauguração da nova sede do Movimento Gay da Região das Vertentes (MGRV), localizada na Rua Antônio Daldegan 51, Fábricas.  

Prefeito Helvécio e Movimentos sociais
            Na ocasião, estiveram presentes o prefeito de São João del-Rei, Helvécio Reis, o secretário municipal de turismo e cultura, Pedro Leão, o responsável pela comissão organizadora da parada e Articulação Brasileira de Jovens Gays, Carlos Bem; o presidente e vice-presidente do MGRV Dalpson Soares e Leonardo Dâmaso, além de lideranças de grupos sociais como o Levante Popular da Juventude, Carcará, Grupo de Pais e Homossexuais e OAB. 

            Com o tema “Estado Laico Já! PLC 122 SIM”, a 6ª Semana da Diversidade Sexual e 6ª Parada LGBT acontecerá entre os dias 07 a 15 de setembro. O objetivo do evento é reivindicar a aprovação da criminalização da homofobia (PLC122) que tramita no senado, além de defender o respeito à Constituição Federal no que diz respeito à laicidade do Estado.
            Para o prefeito de São João del-Rei, Helvécio Reis, os eventos, que fazem parte do calendário oficial da cidade, representam um avanço na divulgação de informações essenciais para a população. “A parada gera um debate social acerca dos temas levantados e a prefeitura deve participar ativamente desse debate”, afirma o prefeito que acrescenta “nós esperamos ansiosamente a aprovação do projeto de Lei que cria o Conselho Municipal LGBT. Se aprovado, iremos sancionar a lei durante a Parada, no dia 15 de setembro”, assegura.

            Carlos Bem, responsável pela comissão organizadora da parada e representante da Articulação Brasileira de Jovens Gays, ressalta que este ano há uma participação ativa da prefeitura e de secretarias como a de Educação, Assistência Social, Cultura e Turismo e principalmente a de Saúde, uma vez que a luta contra o HIV e a AIDS continua sendo uma das grandes defesas do movimento. “Há 06 anos realizamos a semana da diversidade sexual e a parada LGBT. Temos muitos avanços conquistados e muitos a avançar. A visibilidade da população LGBT é essencial para o protagonismo e autonomia enquanto cidadãos. E o poder público tem o dever de desenvolver políticas públicas de inclusão e combate à discriminação” afirma Bem.      

            O presidente do MGRV, Dalpson Soares, explica que “este ano nós temos uma comissão organizadora do evento que não é composta apenas pelo Movimento Gay, mas por vários outros como o Grupo de Pais e Homossexuais, Umes, Levante Popular da Juventude, Carcará e OAB. Todos em defesa da aprovação da PLC 122 e do respeito ao estado laico”.
            Para Dagoberto Arnaut, coordenador do grupo de pais de homossexuais da cidade, a parada é importante porque vem precedida da Semana da Diversidade, que discute temas relevantes para o público LGBT, como direitos civis, saúde e cidadania. “Ela também proporciona o único momento onde há a conquista do espaço público pelo público LGBT, direito que eles não possuem no dia a dia da cidade”, assegura o coordenador.

            Ele ainda defende a aprovação da PLC 122. “A criminalização da homofobia é uma conquista essencial para nós, pais. Pois ela está diretamente relacionada ao nosso temor cotidiano: a segurança dos nossos filhos. Isso é o que mais há de comum nos pais de todos os homossexuais”, conclui Arnaut.

Programação da Semana da Diversidade Sexual e Parada Gay da região das Vertentes

            A programação da 6ª Semana da Diversidade Sexual começa no próximo sábado, dia 07 de setembro, com grito dos excluídos e segue até o dia 15 de setembro com a Parada da Cidadania e do Orgulho de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Simpatizantes da região das Vertentes, que tem como grande novidade a apresentações culturais num palco que será montado para o encerramento na Avenida Tancredo Neves.